Em algum lugar do mundo uma criança está brincando, enquanto outra passa fome, alguém tem pena de mim, enquanto outra só consegue ter pena de si mesma...
Eu choro baixinho, entre os lençois de uma cama que um dia foi minha, cama essa que reconhece minhas lágrimas, na verdade já as tem criptografadas entre as molas e as espumas.
Sinto saudade do tempo em que as preocupações da vida não se entrelaçavam à minha mente, sinto falta de aprender a ler e passar o lápis sobre o contorno das letras no meu caderno de brochura, sinto falta da vida simples de sentar entre meus amigos, e brincar de rodar enquanto espero meus pais virem me buscar na porta da escola.
Eu pisquei e quando acordei meu corpo já não era o mesmo, nem percebi tantas mudanças, em certo ponto fui apenas uma criança mimada fazendo escolhas de uma vida adulta, agora estou na vida adulta com a saudade sufocante de já nem sei o quê...
Em algum lugar do mundo alguém chora por não ter ninguém na vida, e eu choro de saudade...

Quando foi que tudo ficou tão agitado?
Em algum lugar do mundo um homem sente medo de assumir sua homossexualidade e eu tenho medo das coisas mais banais da vida.

Bom mesmo deve ser flutuar nove meses e depois ser recebido num colo quentinho e ansioso pela
nossa chegada...
Em algum lugar do mundo alguém abre seu diário pra escrever e eu termino aqui um pensamento...
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