sábado, 23 de junho de 2012

Um girassol da cor do seu vestido

Vento solar e estrelas do mar
A terra azul da cor de seu vestido
Vento solar e estrelas do mar
Você ainda quer morar comigo?
Se eu cantar, não chore não
É só poesia
Eu só preciso ter você
Por mais um dia
Ainda gosto de dançar
Bom dia
Como vai você?
Sol, girassol, verde, vento solar
Você ainda quer dançar comigo?
Vento solar e estrelas do mar
Um girassol da cor de seu cabelo
Se eu morrer não chore não
É só a lua
É seu vestido cor de maravilha nua
Ainda moro nesta mesma rua
Como vai você?
Você vem?
Ou será que é tarde demais?
A terra azul da cor de seu vestido
Um girassol da cor de seu cabelo
Se eu morrer não chore não
É só a lua
É seu vestido cor de maravilha nua
Ainda moro nesta mesma rua
Como vai você?
Você vem?
Ou será que é tarde demais?
O meu pensamento tem a cor de seu vestido
Ou um girassol que tem a cor de seu cabelo?

Em algum lugar do mundo...


Em algum lugar do mundo uma criança está brincando, enquanto outra passa fome, alguém tem pena de mim, enquanto outra só consegue ter pena de si mesma...


Eu choro baixinho, entre os lençois de uma cama que um dia foi minha, cama essa que reconhece minhas lágrimas, na verdade já as tem criptografadas entre as molas e as espumas.
Sinto saudade do tempo em que as preocupações da vida não se entrelaçavam à minha mente, sinto falta de aprender a ler e passar o lápis sobre o contorno das letras no meu caderno de brochura, sinto falta da vida simples de sentar entre meus amigos, e brincar de rodar enquanto espero meus pais virem me buscar na porta da escola.
Me pergunto: quando e como a vida se tornou tão complicada?
Eu pisquei e quando acordei meu corpo já não era o mesmo, nem percebi tantas mudanças, em certo ponto fui apenas uma criança mimada fazendo escolhas de uma vida adulta, agora estou na vida adulta com a saudade sufocante de já nem sei o quê...


Em algum lugar do mundo alguém chora por não ter ninguém na vida, e eu choro de saudade...


Tenho saudade de não ter medo de tudo. Medo de não atingir expectativas, medo de não ter grana no final do mês pra pagar as contas, medo de não ser a boa filha que todos esperam que eu seja, medo de não ser a mulher perfeita, feliz, calma e aparentemente sem problemas, medo de não ser o que quero ser, e medo dos erros ressurgirem e caírem como uma bomba sobre o meu calmo presente, tenho medo do novo, mas também tenho medo de fantasmas...
Quando foi que tudo ficou tão agitado?


Em algum lugar do mundo um homem sente medo de assumir sua homossexualidade e eu tenho medo das coisas mais banais da vida.


Fácil é ser esquizofrênico e ter amigos imaginários, perseguições implacáveis, e não trabalhar, estudar e fazer essas coisas chatas do cotidiano, aliviar a tensão sexual atrás do poste e deixar a vida correr, envelhecer e descer no elevador nu atormentando os vizinhos... ou ser autista e viver numa bolha só nossa...
Bom mesmo deve ser flutuar nove meses e depois ser recebido num colo quentinho e ansioso pela
                                nossa chegada...


Em algum lugar do mundo alguém abre seu diário pra escrever e eu termino aqui um pensamento...


segunda-feira, 4 de junho de 2012