quarta-feira, 30 de maio de 2012

As entrelinhas entre os meios, fins e recomeços


Não existe frase desconexa, sorrisos sem motivo, nem olhadelas que não se justifiquem, vemos no cotidiano uma série de atos, supostamente injustificáveis, que se olharmos a fundo têm seus propósitos, afirmo sem sombra de dúvida, que nossa vida é um jogo de quebra-cabeça, alguns mais simples outros mais complicados, onde tudo se encaixa perfeitamente na figura final, nada é desconexo, às peças do quebra-cabeça humano se formam por desejo ou circunstâncias, mas sempre se conectam a algo explicável e presumível aos olhos mais atentos,  Freud em uma de suas grandes contribuições à psicologia fala justamente sobre esse tema, "Os chistes e a sua relação com o inconsciente".
Acredito que estamos sempre reparando alguma coisa, os erros e desajustes do passado como um todo serão sempre uma retomada de ações em qualquer passo que dermos.
Na educação temos a teoria da curvatura da vara de Saviani, que explica que para uma vara completamente curva se tornar retilínea, a mesma precisa ser entortada no sentido oposto para encontrar a retidão, trazendo para esse tema, um indivíduo extremamente inferiorizado em um relacionamento anterior, terá no próximo o comportamento de um carrasco com seu cônjuge mesmo que faça isso de forma inconsciente. É perceptível, em um momento de extremo carinho o indivíduo anteriormente inferiorizado em fração de segundos passa do amor ao ódio pela cebola que é misturada com o alho ao fazer a comida no dia-a-dia, ou mesmo a colher colocada invertida no armário pelo parceiro.
Nada é desconexo.
Em uma entrevista investigativa uma piscadela mais forte, ou um passar de olhos no chão tem grande significado na afirmativa que se está dando.
Um sonho, uma lembrança, um desespero, a saudade de um amor, uma lágrima, um pesadelo, uma série de atos inconsequentes, tudo está nas entrelinhas, a busca pela infelicidade, o outro que está sempre errado, até o medo que não se sabe justificar...

Uma auto-reflexão às vezes é primordial e é só olhar novamente nas entrelinhas entre os meios, fins e recomeços. Fica a Dica!